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sábado, 4 de dezembro de 2010

Guerra no Rio de Janeiro


Enquanto a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 se aproximam, o governo faz de tudo para combater a violência.
Novo modelo de Segurança Pública e de policiamento, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs)trabalham desde 2008 para promover a aproximação entre a população e a polícia. Por meio da recuperação de territórios perdidos para o tráfico, o objetivo da polícia é levar inclusão social à parcela mais carente dos cidadãos.
         Criadas pela atual gestão da Secretaria de Estado de Segurança, comandada pelo gaúcho José Mariano Beltrame, as UPPs foram implantadas após a retirada gradativa dos traficantes dos morros-chave. Atualmente, 13 unidades respondem por mais de 30 favelas.
Maior conjunto de favelas do Rio, com 120000 habitantes, o Complexo do Alemão reúne cerca de 1500 bandidos armados com 300 fuzis. Pelo arsenal bélico, pela dimensão e por sua geografia intricada, com um conjunto de morros entrecortados por centenas de vielas labirintecas, o lugar impõe á polícia um grau de dificuldade maior do que qualquer outro na cidade.
         Ninguém de bom-senso discorda de que a iniciativa de libertar territórios controlados por criminosos seja um avanço e tanto.A experiência internacional mostra que eliminar a presença traficantes armados, que impõe suas regras na base de coerção e da violência,é o primeiro movimento a ser feito no combate ao crime organizado. Nas colombianas Bogotá,Medelín e Cali, essa estratégia funcionou bem. As UPPs seguiram o modelo da Colômbia, mas guardam uma diferença em relação a ele. Nas cidades daquele país,os quartéis-generais dos chefões do tráfico foram tomados logo nas primeiras operações,a partir de 2002, e os criminosos acabaram presos. No Rio,as principais trincheiras dos facíonoras intocadas, enquanto o estado empreendia a ocupação de favelas menores e periféricas no mercado de entorpecentes. Com isso,os chefões seguiram fazendo negócios-agora auxiliados pelos bandidos das favelas tomadas que se refugiaram em seus domínios. Para se ter uma idéia, sono último ano, o numero de criminosos alojados no Complexo do Alemão triplicou.
          Por volta do meio dia de domingo (21), seis bandidos armados com fuzis e granadas incendiaram dois carros na Linha Vermelha e abriram fogo contra um veículo da Aeronáutica dando início a uma sucessão de crimes na capital fluminense. Após mais de 24 horas de silêncio, os criminosos voltaram a atacar. Desta vez, ocupantes de dois veículos passaram em alta velocidade disparando rajadas de tiros contra uma cabine da Polícia Militar no subúrbio da cidade, na noite de segunda-feira (22). Além do atentado, dois carros foram roubados e outros dois foram incendiados durante um arrastão na Rodovia Presidente Dutra. Felizmente, até então, não houve mortos ou feridos.
Como reação à onda de crimes, na terça-feira (23) policiais militares realizaram operações em cerca de 20 favelas cariocas, que assustaram moradores e resultaram na prisão de oito homens e na morte de outros dois. Mesmo com o reforço na segurança, pelo menos três ônibus e nove carros foram incendiados entre a noite de terça e a madrugada de quarta-feira (24) em diferentes pontos do Estado.
Com o aumento da violência, 15 suspeitos haviam sido mortos até a quarta-feira. Outros 31 foram presos e dois policiais ficaram feridos nas operações realizadas em 27 favelas cariocas. No fim da noite, a soma de veículos incendiados chegava a 28, o que levou o governador do Estado, Sérgio Cabral, a pedir apoio logístico à Marinha brasileira.Na quinta-feira (25), as equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) iniciaram uma megaoperação na Vila Cruzeiro, na Penha, com o apoio de seis veículos blindados da Marinha. Devidos à operação, escolas e creches suspenderam as aulas.
Durante a tarde, os policiais tomaram o controle do local enquanto suspeitos fugiram correndo com destino ao Complexo do Alemão. O dia foi o mais violento desde o início das ações. Foram 25 mortes e 31 ataques a veículos.
No Paraná, a Polícia dava outro passo na tentativa de conter os ataques com a transferência de 13 presos que deixaram a Penitenciária Federal de Catanduvas e foram encaminhados para a unidade federal de Porto Velho, em Rondônia. Entre eles, estavam Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, Jorge Edson Firmino de Jesus, o My Thor, e o Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, acusado de matar o jornalista Tim Lopes, em 2002.
Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, traficante transferido para Rondônia, é homônimo de um Marcinho VP mais famoso e mais importante, Márcio Amaro de Oliveira, que inspirou o livro "Abusado" e morreu em 2003.
Na sexta-feira, policiais do Bope fizeram buscas dentro da Vila Cruzeiro, na Zona Norte com a ajuda de 300 agentes da Polícia Federal e 800 homens do Exército, que se juntaram às equipes. O dia foi marcado pela troca de tiros com traficantes escondidos em cima do morro, que também dispararam contra um helicóptero da polícia que sobrevoava o local.
À tarde, 21 agentes com atuação no RS partiram para o Rio para integrar as missões policiais. Em outro ponto, na favela da Grota, no Complexo do Alemão, ocorreu um intenso tiroteio entre policiais e criminosos. Ao fim do dia, a soma de mortos desde a segunda-feira chegava a 35.A madrugada de sábado (27) foi considerada a mais calma desde o início da onda de violência. Cinco carros foram incendiados em Nova Iguaçu e Baixada Fluminense.Pela manha houve troca de tiros.Durante o dia, os bandidos ignoraram o ultimato dado pela Polícia e seguiram atirando contra as barreiras. Militares armados apoiados por tanques com metralhadoras e helicópteros cercaram o conjunto de favelas, mas, até as 23h, as tropas ainda não haviam recebido ordem para invadir o morro.No domingo (28), após uma madrugada de clima aparentemente tranquilo, o Complexo do Alemão começou a ser ocupado às 7h59min. O cerco incluiu 800 solados paraquedistas, a tropa de elite do Exército, 200 fuzileiros navais, 300 agentes da polícia federal e 1,3 mil policiais. Cerca de uma hora e meia depois do início da operação, o morro foi tomado pela policia.. Muitos fuzis deixados por traficantes em fuga foram encontrados e cerca de 20 pessoas foram presas, incluindo Elizeu Felício de Souza, conhecido como Zeu, um dos condenados por participar da morte do jornalista Tim Lopes, da TV Globo. Além das prisões, foram apreendidas 40 toneladas de maconha.Na primeira manhã de ocupação policial no Complexo do Alemão, o clima era de aparente tranquilidade e o comércio voltou a abrir as portas. As buscas continuaram em diferentes pontos do conjunto de favelas.
Um grupo de moradores se revoltou com a falta de água, luz e recolhimento de lixo no local. Outros reclamaram das batidas policiais realizadas em domicílios, que tiveram portas arrombadas, objetos pessoais revirados e foram vítimas de saques.
          Em busca de traficantes que fugiram, a polícia do Rio de Janeiro desencadeou uma série de operações em favelas da cidade.
Após uma semana de operações, que resultaram na ocupação policial do Complexo do Alemão, os moradores do conjunto de favelas tentam retomar a rotina, mas enfrentam problemas como a falta de luz, água e recolhimento de lixo, além das batidas policiais nas residências.
É preciso descer de uma vez por todas a mão de ferro do estado sobre o crime organizado.A imagem dos bandidos fugindo atordoados é mostra de que talvez
eles tenham começado a desorganizar-se.O bem  tem tudo para vencer o mal.

 Policiais do Bope em combate com os traficantes


 Ônibus pegando fogo na zona norte


Bibliografia:
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a3125822.xml
Revista Veja_ediçao 2193_ ano 43 _ numero 48_ 1 de dezembro de 2010

Rafaela Pires

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